O arquétipo do órfão de Jung e o primeiro chakra
- Mayara Beckhauser
- 14 de out. de 2024
- 3 min de leitura

O arquétipo do Órfão de Carl Jung é uma das imagens arquetípicas centrais que simbolizam uma experiência humana universal: a perda, o abandono e a vulnerabilidade. Faz parte dos padrões de comportamento e imagens que residem no inconsciente coletivo, segundo a teoria junguiana. O Órfão pode ser entendido como uma parte de nós que sente a dor de estar sozinho, desconectado ou sem o apoio dos outros.
Características Principais do Arquétipo do Órfão:
Sentimento de Perda e Abandono:
O Órfão é marcado pela experiência de perda ou rejeição, seja real ou simbólica. Pode ser o abandono dos pais, a perda de uma figura de autoridade ou até a perda de um senso de segurança ou identidade.
Há uma sensação de estar desconectado do grupo, da família ou da comunidade.
Vulnerabilidade:
O Órfão se reconhece como vulnerável e sem o poder de mudar sua situação sozinho, o que o faz sentir medo e desamparo.
Esse reconhecimento da própria fragilidade é uma parte central do arquétipo, e muitas vezes o leva a adotar comportamentos de defesa e autoproteção.
Desconfiança:
O Órfão muitas vezes sente desconfiança em relação ao mundo ao seu redor. Tendo sido traído ou abandonado no passado, pode ter dificuldade em confiar nas pessoas ou nas situações.
Há uma expectativa de que o mundo não seja um lugar seguro e que outros possam causar-lhe dor ou abandono novamente.
Ceticismo e Realismo:
O Órfão também desenvolve um olhar realista (ou cínico) sobre o mundo. Ele tende a ver as coisas como elas são, sem as ilusões de um idealismo infantil.
Esse ceticismo pode ser tanto uma forma de proteção quanto uma barreira para relacionamentos e experiências mais profundas.
Busca por Pertencimento:
Uma das jornadas centrais do Órfão é a busca por um novo senso de pertencimento. Após ter sido abandonado ou se sentido desconectado, ele procura um novo lar, uma nova família ou comunidade onde possa sentir-se seguro e aceito.
Essa busca está associada à tentativa de restaurar uma base de segurança e confiança no mundo.
Autossuficiência:
Por causa do abandono inicial, o Órfão muitas vezes desenvolve uma necessidade de ser autossuficiente. Ele aprende a cuidar de si mesmo, mas essa autossuficiência também pode ser uma resposta ao medo de confiar nos outros.
Em sua forma saudável, o Órfão aprende a equilibrar essa autossuficiência com a habilidade de confiar e se conectar novamente com os outros.
Chakra Raiz (Muladhara):
O primeiro chakra está relacionado às necessidades básicas de segurança, sobrevivência, e conexão com o mundo físico.
Está associado ao instinto de sobrevivência, estabilidade, abrigo, e as bases da vida, como o lar e a família.
O desequilíbrio no Muladhara pode resultar em medo, insegurança, falta de suporte e sensação de não pertencimento.
Relação entre o Órfão e o Chakra Raiz:
Medo e Insegurança: O Órfão muitas vezes vive em um estado de medo, sentindo-se desprovido de proteção e suporte, o que ressoa com o chakra raiz em desequilíbrio, onde os medos primários de segurança e sobrevivência se manifestam.
Sensação de Desconexão: O Órfão sente-se desconectado de suas raízes (como família e comunidade), o que é um reflexo de um chakra raiz desequilibrado, que afeta nosso senso de pertencimento ao mundo.
Busca por Estabilidade: Tanto o Órfão quanto o chakra raiz estão em uma jornada para encontrar estabilidade e segurança. No caso do Órfão, essa busca é emocional e psicológica, enquanto no chakra raiz é uma busca por enraizamento físico e energético.
Autossuficiência: Quando o Órfão abraça sua jornada, ele aprende a se cuidar, algo que, energeticamente, também está associado a equilibrar o chakra raiz para criar uma base sólida e segura na vida.
Exemplos na Cultura e Psicologia:
Histórias de heróis órfãos (como Harry Potter ou Simba em "O Rei Leão") frequentemente começam com a perda ou o abandono, mas mostram a trajetória de superação e integração.
Na psicoterapia, o arquétipo do Órfão pode aparecer em pessoas que passaram por traumas de abandono, negligência ou rejeição, e sua cura envolve restaurar o senso de confiança e pertencimento.
O arquétipo do Órfão nos ensina a importância de aceitar nossa vulnerabilidade e nos lembra que a verdadeira força surge quando enfrentamos e superamos o medo de sermos deixados sozinhos.
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